Fala, pessoal! Trazendo para vocês mais um capítulo de Sypher!
Próximo capítulo será o último do primeiro volume, então prepare seu coração para muita tensão. Não esqueça de curtir a nossa página no Facebook, e aproveite e entre no nosso grupo!
Parte
1:
"Sy, eles não são como os
outros de antes."
Então ela também notou huh? Na
verdade qualquer um notaria sendo que os outros anjos tinham pelo menos duas
asas e ambas eram brancas e puras.
Mas esses são diferentes. Eles
possuem apenas uma asa, e a cor dela é preta. Fora o fato de eles parecem meio
maníacos. Rydia então disse com um tom sério.
"São anjos caídos ou pelo menos
aparentam ser. Anjos que traíram Deus e como punição foram exilados do reino
divino ao terem uma de suas asas arrancadas para impossibilitá-los de voar. Sem
lugar para ir foram em busca de auxílio do Diabo. Lá conseguiram reaver sua
capacidade de voar."
Então esses são os infames anjos
caídos? Parece que o Diabo que também já foi um anjo quer reivindicar sua parte
do planeta. Acho que o tal de Deus Absoluto não contava com isso.
Rydia deu um sorriso irônico e
disse:
"É engraçado o fato de que tudo
que eu acreditei até hoje ser verdade. Apesar de crer, eu nunca pensei que
veria um anjo. O pior de tudo isso é que eu tive de matar os anjos que sempre
venerei..."
Sim, lembro até que Rydia ficou com
raiva de mim por ter brincado com sua crença.
"Rydia, desculpa mas acho que
esse não é o momento mais apropriado para conversar sobre isso. Acho que agora
deveríamos pensar em um plano, e bem rápido."
"Sim."
Os anjos caídos que estavam nos
observando até então, resolveram descer até o solo. Todos os quatro vestiam a
mesma roupa. Era uma espécie de roupa de batalha difícil de explicar, podemos
dizer que continha traços de armaduras romanas e uniformes militares atuais.
Algo bem peculiar. Um deles, que parecia ser o líder, deu um passo à frente e
disse.
"Olhem só, camaradas!
Encontramos nossas primeiras presas. Hahaha!"
O rosto dele era bizarro. Tinha uma
pele toda deformada, seus olhos eram totalmente brancos, como se ele fosse
cego. Apesar das deformações no rosto, ele tinha um porte físico avantajado e
parecia ser um ótimo combatente. Pode ser apenas minha imaginação, mas acho que
deveríamos fugir ao invés de lutar. Eles parecem ser muito perigosos.
Quando olhei para Rydia, ela estava
com a katana empunhada, sem sinal de que iria recuar.
"Ei, Rydia. Vamos fugir, não
vai adiantar tentar lutar contra esses caras."
Ela olhou para mim por um segundo e
depois voltou o olhar para os anjos. Ela não iria recuar, ela irá lutar, e só
irá parar quando estiver morta.
O líder do pequeno grupo de anjos se
pronuncia diante tal coragem.
"Hehe, você tá querendo briga é
mocinha? Bom, muito bom! Eu encaro você! Vocês dois se afastem, eu vou cuidar
disso."
Droga, droga, droga!! Isso tá
ficando fora de controle! Um dos anjos replicou as ordens do líder.
"Senhor, acho que o ideal é
atacarmos em conjunto, tendo em vista que ela dizimou uma dúzia de anjos. Além
disso, o senhor sabe que humanos são seres extremamente imprevisíveis,
principalmente diante de um perigo iminente."
Esse cara parece ser o cérebro do
grupo. O líder do grupo olhou furioso para seu companheiro e disse.
"Você tá de brincadeira
comigo?! Não acredito que está me comparando com aqueles anjos nojentos! Eu só
não acabo com você aqui porque Lúcifer proíbe tais atos. Não se preocupe, irei
lhe mostrar que humanos são apenas brinquedos para nós, os Anjos Caídos!! E
então garotinha, você têm algum desejo final?"
-?!
Quando ele voltou a olhar para
Rydia, ele percebeu que ela havia sumido.
"Em nome de Lúcifer! Para onde
ela foi?"
Caramba, nem eu sei onde ela se
meteu. Será que ela fugiu e me deixou aqui? Porra, Rydia! Onde você tá? Pude
perceber que os anjos caídos ficaram surpresos com o desaparecimento dela, mas
logo após voltaram sua atenção para mim.
"Parece que sua amiguinha te
deixou na mão heh? E você, tem a coragem de me enfrentar?"
O líder dizia isso enquanto estalava
os dedos e vinha em minha direção. Eu não conseguia dar nem ao menos um passo.
Minhas pernas estavam paralisadas, eu suava frio, e a cada passo dado por ele,
mais apavorado eu me sentia. A atmosfera estava tão pesada que eu mal conseguia
respirar. Tudo estava começando a girar, acho que estou entrando em colapso.
De repente...
[Corte]
"Uwaaaa!!"
Quando o líder do grupo ouviu o
grito de agonia de seu companheiro parou por um instante e virou para verificar
o que havia acontecido. Olhei para o mesmo lado que ele e pude ver uma cena que
nunca pensei que iria presenciar.
Rydia, a garota dócil e gentil,
estava nesse exato momento com a katana fincada no peito do anjo caído. Havia
uma coisa no seu olhar que era diferente do que eu era acostumado a ver. Seus
olhos gritavam uma palavra: sobrevivência.
O líder do grupo de anjos caídos, o
qual após analisar a cena foi em direção a Rydia, ficou em silêncio enquanto os
outros dois, ficaram apavorados.
Quando Rydia viu que ele estava se
aproximando, correu até o meu lado. O líder, ao chegar no corpo do oficial
abatido, se abaixou e falou com o cadáver. Logo em seguida, se levantou e disse
aos seus companheiros.
"Irmãos, retornem ao vosso
senhor e lhe informe da nossa perca."
"Mas senhor! Essa garota é
perigosa, temos que ajudá-lo." - Disse um dos anjos caídos enquanto sacava
sua faca.
O líder do grupo suspirou e balançou
sua cabeça em sentido de negação.
"Não me desobedeça, irmão.
Tenho certeza que tu sabes da minha força, sabes que não deitarei com um
simples golpe de espada."
Ele parece bem confiante. Tenho
certeza que ele tem motivos para estar tão confiante assim, afinal ele é o
líder do grupo, e provavelmente extremamente forte.
Outra coisa bem estranha... por
algum motivo ele começou a falar como se estivesse dentro de um filme medieval.
Bom... é meio esquisita essa mudança, mas não acho que eu deveria me preocupar
com isso agora, não mesmo.
Os anjos caídos levantam voo após as
ordens de seu líder.
Agora estamos sozinhos com o líder
do grupo. Isso está ficando cada vez mais assustador, tendo em vista que
estamos frente a frente com um anjo traidor assassino, em uma rua completamente
escura onde a única coisa que nos ilumina é a luz proveniente do enorme buraco
no céu, que é de onde os anjos estão saindo sem parar.
Quando os anjos caídos subordinados
foram embora, tudo ficou em silêncio. Estava tudo tão calmo que eu conseguia
ouvir a respiração de Rydia, que estava ao meu lado. Pude perceber o quão
cansada ela estava.
"Rydia, você está bem? Não acho
que deveríamos continuar com isso."
Ela olhou para mim e disse enquanto
balançava sua cabeça.
"Sy, você não entende, não é? O
mundo está acabando, as pessoas estão entrando em desespero, todos estão
chorando porque tudo que sempre acreditaram foi uma mentira. Agora pare e pense
um pouco... do que adianta fugir? Eu geralmente sempre fugia de qualquer
situação difícil que eu encontrava, e só hoje pude perceber o quão inútil é
fugir dos próprios problemas. Dessa vez eu vou lutar, e vou sobreviver.
Vencerei todas as dificuldades que forem colocadas em meu caminho!"
Rydia começou a chorar enquanto
segurava firme na katana. Tudo que ela disse, era como se eu pudesse me ver nas
palavras dela. Sempre fugindo, nunca encarando nada de frente, deixando tudo
guardado na minha cabeça. Foi exatamente como eu havia pensado, minha vida
sempre foi uma merda, mas existiam pessoas que queriam transformá-la em algo
bom. Porém nunca as deixei me ajudar, sempre me mantive fechado, como uma
criança que se esconde do bicho papão.
Após ouvir o desabafo de Rydia,
decido enfrentar o inimigo a nossa frente. Procuro por alguma coisa que eu
possa usar como arma, mas ao nosso redor só há lixo e um cadáver de anjo
caído. Rydia, vendo que eu estava
procurando por uma arma, retira da sua blusa uma faca.
""Pegue isso, é pequena,
mas é precisa."
"Obrigado... eu acho..."
Eu não sabia o que dizer, afinal até
ontem, quem desse uma faca para você matar outro alguém era crime... o anjo
caído que estava até agora nos observando, dá um sorriso e diz.
"Aprecio a vossa coragem, mas
creio que vosso esforço será em vão. Nada poderão fazer contra mim, pois sou um
dos generais de -"
De repente uma interrupção.
Aparentemente ele está recebendo um comunicado.
"Sim... entendo. Estou a
caminho agora, meu senhor. Me desculpem, mas nosso confronto tera de ser
adiado."
Hã?! Adiado? Quer dizer que você vai
embora, certo? Tem que ser! Ele precisa ir embora!
"Espero que vocês consigam
sobreviver até nosso próximo encontro. E, garotinha, não ache que só porque
derrotou um de nós, você é capaz de sobreviver. Lembre-se que sobreviver é
muito mais que isso."
Logo após essas palavras, o anjo
caído levantou voo e partiu.
"Ufa! Não acredito que
conseguimos sair vivos!" -- Disse Rydia.
Concordo plenamente. Nunca imaginei
que conseguiríamos sair dessa situação. Se parar para pensar, só escapamos pelo
fato de aquele anjo ter recebido alguma mensagem, ou seja, escapamos por sorte.
Então, após o anjo caído ter ido
embora, fui andando em direção à Rydia, e quando a alcancei, eu a abracei e
disse.
"Vamos sobreviver juntos,
Rydia! Nós temos que sobreviver!"
PARTE
2:
No mesmo dia, às 19:21.
Eu e Rydia estamos indo em direção a
casa do Vitrus. Estamos indo bem tendo em vista que não encontramos mais nenhum
anjo pelo caminho. Por algum motivo não vimos mais nenhum anjo quando começou a
"anoitecer".
Apesar de que desde cedo o dia está
completamente escuro.
Será que os anjos não trabalham a
noite? Sabe, saber disso seria de grande ajuda, pois assim poderíamos tentar
descansar, algo que não fizemos desde o início do ataque.
"Ei, Sy, vamos descansar? Eu
preciso dormir..."
Rydia está quase desmaiando, acho
que deveríamos parar, pelo menos até ela se recuperar.
"Tudo bem, vamos procurar algum
lugar pra ficar. Vamos verificar aquela casa ali na frente. Se conseguirmos
entrar estaremos salvos, pelo menos durante aa noite."
Após Rydia confirmar, nós fomos até
a casa na qual eu havia indicado. Era uma casa com dois andares verde com
detalhes brancos em determinadas partes, dando um visual bem agradável para os
olhos.
A casa aparentemente está
abandonada. Isso é bom, muito bom pra falar a verdade.
"Ei, Rydia, vamos entrar."
Rydia olhou para mim, e depois para
a porta da casa, e disse.
"Certo! Vamos lá."
Nós então fomos em direção à porta
da casa da forma mais cautelosa possível, nos mantendo sempre agachados e
avançando devagar.
De repente...
"Espera! Eu ouvi alguma coisa.
Parece que veio de dentro da casa."
Apesar de eu não ter ouvido nada,
Rydia me avisou, e pediu que esperasse por um momento. De repente, um gato
aparece pulando a janela.
"Miau..."
"Hmm... era apena um gatinho no
fim das contas."
Foi a primeira coisa que eu disse, e
disse com um grande alívio. Imagina se quem sai da janela é um anjo caído? Ou
um anjo normal? Só de pensar já começo a suar frio...
"Ei, sr. Gatinho, alguém deixou
você aqui, é? Coitadinho... vamos cuidar de você tá legal? Ownn! Olha, Sy, que
fofinho!"
Rydia começou a falar com o gato com
uma voz bem estranha... eu não porque, mas as pessoas tendem a fazer uma voz esquisita
quando querem falar com animais... por que? De qualquer forma, não podemos
ficar com o gato, ele seria apenas uma distração caso entrássemos em combate
novamente.
Entretanto, ver a Rydia com um
sorriso no rosto após tudo que enfrentamos até agora é realmente revigorante,
mas pena que ele irá durar tão pouco. Após me decidir, olhei nos da Rydia, e
declarei.
"Não podemos... não podemos
ficar com ele, Rydia, e você sabe muito bem disso. Na verdade, sabe disso
melhor do que eu. Você sabe que ele iriaa atrapalhar em qualquer encontro com o
inimigo."
Rydia se levantou e olhou para mim,
dizendo.
"Não é justo, Sy! Minha vida se
tornou um inferno, estamos à beira da morte, e anjos nos atacam assim que nos
vêem! Você quer tirar tudo de mim, só porque o mundo acabou? É isso?! E--"
[TAPA]
"Você acha que tudo se tornou
um inferno apenas na sua vida? Acha que mais ninguém está aí fora sofrendo?
Acha que eu não perdi nada? Ou que sou de ferro? NÃO!"
Após meu enorme desabafo, Rydia
ficou paralisada, apenas com a mão onde eu havia acabado de bater. Do nada, ela
começa a chorar, e dizer.
"Por que, Sy? Por que tudo isso
teve que acontecer?"
Fiquei pensando naquele momento
exatamente isso. Por que? Apesar de saber o motivo por trás de todo esse
massacre, eu simplesmente não conseguia dizer. Se eu o revelasse para a Ryydia,
eu sinto que tudo o que eu disesse sobre isso seria como uma faca atravessando
seu coração... ah droga!
"... mas você tá certo, Sy.
Vamos deixá-lo aqui."
"Uma boa escolha, aliás, eu
duvido que os anjos o mataria, afinal eles estão atrás de nós humanos,
certo?"
Quando eu falei isso, Rydia secou as
lágrimas e sorriu.
"Sim!"
"Então podemos continuar? Vamos
entrar na casa."
Após termos verificado todo o
terreno, decidimos entrar na casa. Rydia entrou pela porta de trás enquanto eu
entrava pela da frente. Ao abrir a porta me deparei apenas com uma sala vazia.
Aparentemente não havia ninguém no escritório também.
A sala era bem grande, tinha uma TV
LED de 42" na frente de um sofa que aparentava ser bem confortável. Ao
lado do sofá, estava um porta retrato com uma foto de um casal e um bebê,
provavelmente seu filho. E pensar que essa criança talvez nem sobreviva parra
ver mais um amanhecer... só de pensar nisso já fico nervoso e assustado ao mesmo
tempo, afinal não é só elr que corre perigo.
"Sy, tá tudo bem?"
Parece que Rydia não encontrou
ninguem também. Que sorte? Eu não sei mais se isso é sorte ou apenas uma forma
mais gentil e disfarçada de dizer, "melhor eles do que eu".
"Que casal bonito."
Rydia elogiou o casal da foto que eu
estava segurando, mas logo em seguida um olhar melancólico tomou conta do seu
lindo rosto. A cada minuto que se passava, parecia que a mente de Rydia ia se
destruindo, pouco a pouco, e aa única coisa que ela ainda conseguia fazer era
chorar, pois suas lágrimas eram as únicas coisas que ela ainda tinha.
"Ei, o que houve? Não precisa
começar a chorar desse jeito, Rydia. Aposto que você tá pensando que eles estão
mortos, não é? Não pense apenas desse jeito, pense que eles estão vivos por
aí!"
Apesar de estar tentando ajudá-la,
suas lágrimas simplesmente não paravam de escorrer de seus olhos, e parecia que
quanto mais eu falava, mais tristeza eu trazia a seus ouvidos. Até que, em
determinado momento ela virou de costas para mim e disse enquanto secava suas
lágrimas.
"Acho... acho que deveríamos
olhar o andar de cima..."
Com um tom de voz baixo, Rydiaa
sugeriu que olhássemos o segundo andar. Parece que ela não quer falar nada
sobre coisas relacionadas à tragédias. Vou deixar assim por enquanto.
Coloquei o retrato de volta no lugar
e comecei a subir as escadas. Nos degraus da escada haviam algumas roupas que
provavelmente caíram das malas da família durante uma tentativa de fuga,
afinal, quem não estaria ccom pressa de fugir de um lugae onde anjos assassinos
estão atacando?
"Parece que eles conseguiram
fugir, ao menos isso..."
Vendo as roupas no chão, Rydia
também percebeu que a família aparentemente havia fugido com sucesso. Graças à
isso, sua expressão havia melhorado consideravelmente.
Ao chegarmos no segundo andar, nos
deparamos com quatro portas, duas de cada lado do corredor. No fim do corredor,
havia uma janela onde era possível ver a rua. Novamente, Rydia e eu nos
separamos para verificar cada porta.
A primeira porta da esquerda era um
banheiro, totalmente bagunçado, porém limpo (ainda bem).
A segunda da esquerda era um
quartinho onde estavam guardadas coisas antigas, como por exemplo, um dos
primeiros celulares, aqueles "tijolões sabe?
"Sy, tá tudo certo, não tem
ninguém nos quartos também."
Ufa! Eu jurava que iria encontrar
alguém morto em algum lugar da casa! Ainda bem que eu estava errado.
"Sy, acho que vou tomar um
banho. Enquanto isso, você bem que podia fazer algo para a gente comer,
né?"
Eu temia por isso, eu sempre soube
que um dia alguém ia me pedir isso! Eu tinha certeza absoluta que um dia eu
iria usar minhas habilidades culinárias adquiridas árduamente! A hora chegou!
Meus olhos estão até brilhando de entusiasmo!!
"Ei, você tá legal?!"
"Sim! Estou ótimo, Rydia! Pode
ficar tranquila, pois você vai saborear o melhor jantar da sua vida!"
Rydia ficou surpresa com a súbita
afirmação, e logo em seguida começou a olhar para mim com uma expressão do tipo
"duvido que consiga fazer algo pelo menos comestível".
"T-Tá legal então... deixo o
jantar por sua conta. Vou ver se encontro algumas roupas e uma toalha. Quando
acabar, encontro você lá embaixo."
E com essas palavras, Rydia foi em
direção ao quarto do casal para procurar roupas e toalhas. Bom, acho que minha
aventura culinária começa... AGORA!
PARTE
3:
"Hum... vamos ver."
Nesse exato momento estou à procura
de ingredientes para fazer o jantar. Ainda não tenho ideia do que fazer, mas
acredito que com os ingredientes disponíveis consigo fazer carne ensopada, e
macarrão. É, eu sei, não é a coisa mais sofisticada do mundo, muito menos a
mais difícil, mas o importante é que fique bom.
Está decidido, então mãos à obra!
Comecei indo em direção a geladeira
para pegar os ingredientes necessários, mas para a minha surpresa, não havia
carne...
"Acho que me entusiasmei
demais. Bom, pelo menos tem alguns steaks de frango. Vai ter que ser isso
mesmo."
Peguei os steaks de frango e
coloqueí-os fora do congelador. Logo em seguida, abri um dos armários
inferiores e peguei uma frigideira, e uma panela comum. Para quem não sabe nada
de culinária, usamos a frigideira para fritar um ovo por exemplo. Agora, irei
usá-la para fritar os steaks.
Antes disso, peguei a panela e
coloquei àgua dentro dela para ferver. Assim que ferver, eu coloco o macarrão
na panela, mexo, e espero cozinhar.
"Enquanto ferve a água, vamos
arrumar a mesa. Onde será que estão os pratos?"
Boa pergunta... talvez estão no
armário de cima? Deixa eu conferir.
(ABRE)
E não é que estavam aqui mesmo? Peguei
dois pratos e coloquei ambos sobre a mesa. Os pratos eram bem bonitos, com
pequenas decorações floridas. Parecem bem caros. Ah, tanto faz.
Agora vem a vez dos talheres, dois
garfos e duas facas. Só podem estar nessa gaveta.
Como eu suspeitava, ambos estava na
primeira gaveta do armário da pia. Por algum motivo parece que todo mundo
coloca os talheres na primeira gaveta... chega até ser engraçado, mas
atualmente não é, porque estou em pleno apocalipse, então... já dá pra entender
o resto, não é?
De qualquer forma, preciso encontrar
dois copos, ou melhor, duas taças, pois acabei de perceber que existe um vinho
no canto da sala dando sopa.
Os copos foram os mais fáceis,
afinal, havia um armário com uma porta de vidro, e dentro dele estavam as taças.
Peguei duas e coloquei na mesa junto aos pratos e talheres.
A água começou a ferver. Peguei o
macarrão e coloquei o pacote inteiro dentro da panela. Dei uma leve mexida e o
deixei cozinhando.
"Beleza, hora de fritar os
steaks."
Derramei uma pequena quantidade de
óleo na frigideira, o suficiente para cobrir o fundo. Rasguei a embalagem do
steak e coloquei-o para fritar. Não posso esquecer de virá-lo daqui a pouco.
Acho que enquanto eu espero, vou
assistir as notícias, bom, se ainda existirem canais de notícia...
(LIGA TV)
"...ma-se que oo número de vítimas já atinge a marca de 35.000.000 de
pessoas, e cerca de 85.489 de desaparecidos. Atualmente, os inimigos se
retiraram por algum motivo ainda não conhecido."
Uou! Cerca de 35 milhões de pessoas?
Em menos de um dia? Não é possível, não dá para acreditar.
Pra falar a verdade, dá sim. Estamos
lutando contra anjos, logo os mesmos têm o elemento surpresa. Digo isso pois,
até mesmo eu fiquei surpreso com o fato de anjos estarem atacando a raça
humana. Agora imagine uma pessoa crente a Deus, ela obviamente não desconfiaria
de um anjo. Pelo menos não até ele enfiar uma flecha na sua cara.
Enquanto eu cuidava dos steaks e do
macarrão, as notícias continuavam.
"Segundo
o presidente, medidas já estão sendo tomadas, e cientistas do mundo inteiro já
estão estudando um método de destruir os invasores."
Invasores...
Isso me lembra do que a ruiva havia
dito. 'Voltamos para tomar o que sempre foi nosso', huh.
É engraçado, sempre pensamos que
éramos os donos do planeta, e que ninguém poderia nos derrotar. E pensar que
tudo, exatamente tudo foi uma mentira. Agora só nos resta tentar lutar por
nossas vidas.
"Fique
longe de lugares tumultuados, e mantenha-se constantemente escondido, para
evitar qualquer contato com os inimigos. Agora iremos para uma pequena pausa, e
voltamos já, já."
(DESLIGA
TV)
Finalmente a comida tá pronta. Agora
a única coisa que tá faltando é-
"Hummm! Que cheiro delicioso! É
steak, né?"
"Sim, steaks e macarrão. Eu sei
que não é a coisa mais incrível do mundo, mas é o que deu pra fazer."
"Aposto que está uma delícia.
Não vejo a hora de comer!"
Rydia estava extremamente feliz.
Seus olhos brilhavam de felicidade, e por um momento ela pareceu ter esquecido
de toda a tragédia.
"Então. Vamos comer?"
"Sim, Sy!!"
PARTE
4:
"... e de repente eu gritei
'Não Vitrus! A gente faz pontos do outro lado!'. Se eu não tivesse avisado a
gente teria levado uma cesta contra. Cara, ele sempre fazia isso."
"Hahahaha!! Para, Sy! Assim eu
não consigo comer! Haha!"
Neste momento estou jantando com a
Rydia, e tudoo está indo muito bem. Fico muito feliz com isso, sério.
"Tá, mas sério agora."
De repente Rydia ficou séria.
"Por que você preparou um
jantar tão romântico? Tipo, à luz de velas, vinho... não vai me dizer que você
tá tentando dar em cima de mim. Haha!!"
Quando ela fez essa pergunta,
coloquei meu garfo na mesa, limpei minha boca com guardanapo e olhei nos seus
olhos.
"É que... talvez esse seja o
nosso último jantar 'civilizado', então pensei em fazer algo o mais especial
possível. Sabe, Rydia, desde que te vi pela primeira vez, naquele ônibus, eu
nunca fiz nada de especial, sempre inventei motivos pra não falar contigo, ou
pra ver se você largava do meu pé. Mas você sempre continuou ali do meu lado,
sempre. Eu sei que um jantar é pouco, mas é com ele que quero agradecer por
tudo que você fez por mim! E eu quero que você aproveite esse jantar, porque a
partir de amanhã, não teremos mais certeza de nada, nem se iremos sobreviver
por mais um dia."
"Sy..."
"Eu sei que tudo isso que eu to
falando pode ser besteira, mas eu não aguento mais! Eu não sei se vou aguentar
continuar vivendo com a incerteza do amanhã, sem saber se você vai estar comigo
amanhã, ou se você vai me deixar! Eu não aguento! Consegue entender?"
Finalmente eu pude liberar tudo que
estava trancado no meu peito. Tudo o que eu havia acabado de dizer era verdade,
a verdade que eu só pude perceber quando eu já havia perdido tudo. Eu fui cego?
Talvez. Entretanto, se existe uma coisa que ainda falta eu fazer, essa coisa é
trazer pelo menos uma gota de felicidade para a Rydia.
Após meu desabafo, os olhos de Rydia
se encheram d'água, mas ela não estava triste, pelo contrário, ela sorriu como
eu nunca havis visto.
"E-eu..."
[...]
"Sy, obrigada! É sério! Eu te
agradeço por todos os momentos que passamos juntos, até mesmo aqueles em que
você me xingava, e me expulsava da sua casa! Muito obrigada mesmo!"
Droga! Acho que tô suando pelos
olhos! Aaah!! Por que tudo isso teve que acontecer?
"E, Sy..."
"O-o que?"
Rydia, após exitar por alguns
segundos, respira fundo, e diz algo que nunca havia pensado em ouvir durante
toda minha vida.
"... eu te amo. É isso mesmo!
Eu te amo! Eu sempre quis falar isso, mas nunca consegui! Eu nunca consegui ser
sincera nem comigo mesma! Eu... eu..."
O ambiente foi tomado pelo silêncio
absoluto. Ficamos nos encarando por alguns minutos que mais pareciam horas. A
cada segundo eu sentia que o meu coração batia cada vez mais rápido.
Rydia, por sua vez, ficou imóvel,
esperando uma resposta. O grande problema é que...
Aaaaahhh!!!
O que diabos eu tô falando? Eu
simplesmente amo essa garota que está na minha frente. Não há nem no que
pensar!
"Rydia..."
"Si-sim?"
Reuní todas as forças que ainda
restavam do meu corpo cansado e fui em direção à Rydia. Quando cheguei a seu
lado, me abaixei, aproximei meu rosto ao dela e, a beijei.
Foi o beijo mais alucinante que já
tive. Seus lábios eram macios, e a cada segundo que passava mais vontade de que
isso nunca acabasse crescia dentro de mim.
E em certo momento, afastei meus
lábios dos dela e pronunciei.
"Rydia! Eu te amo!!!"
Logo após essas palavras, nós não
queríamos mais saber de jantar nenhum, não ligávamos para quaisquer problemas
que existiam, ou ainda, não queríamos lembrar de nada em nossa volta. A única
coisa que importava agora era que estávamos juntos, só isso já era o
suficiente.
"Sy, vamos pro quarto..."
Os minutos passavam como se fossem
segundos enquanto nós nos beijavamos e nos acariciávamos, cada vez mais intensamente.
Enquanto Rydia subia a escada, eu
pude novamente apreciar seus lindas curvas que deixaria qualquer um maluco.
Porém, diferente da última vez, suas roupas iam sendo jogadas em mim enquanto
ela subia.
Quando ela chegou no topo da escada,
estava apenas com suas roupas íntimas, e foi naquele momento que eu pude
apreciar todas as suas características. Seus belos seios suportados pelo sutiã
eram lindos, e sua bunda era incrível.
Rydia então, correu para o quarto, e
eu obviamente, a segui em disparada.
Quando cheguei no quarto, presenciei
a visão que todo homem gostaria de ter pelo menos uma vez na vida.
Ela estava ali, deitada, me
esperando. Assim que me viu,, Rydia agarrou minha camisa e me puxou para a
cama. Foi naquele momento que finalmente me tornei um homem.
Após horas de “relações afetuosas
entre homem e mulher”, Rydia deita em meu peito e diz:
"Sy... eu te amo..."
Quando olho para seu rosto, vejo que
caiu no sono. Com uma das mãos, fico acariciando seu rosto, enquanto mantenho
um olhar fixo para o céu, vendo as poucas estrelas que ainda aparecem.
Boa noite, Rydia, minha querida e
amada companheira.
Na
Madrugada:
Eram três horas da manhã quando
acordei nos braços do Sy. O que aconteceu algumas horas atrás foi a coisa mais
incrível da minha vida.
Apesar de o mundo estar no fim, eu
tive a chance de passar ao menos algum tempo com ele. Quero dizer, não é que eu
nunca fiquei sozinha com ele, pelo contrário, o que mais fiz na minha vida foi
ficar sozinha com ele, mss nunca desse jeito.
[...]
E agora? O que vai acontecer com a
gente? Será que iremos viver por mais um dia? Será que isso irá acabar?
Me levanto, vou até a janela, e
observo as poucas estrelas que ainda estão no céu.
[...]
O mundo era algo tão vazio, mas
depois que você apareceu, tudo clareou, certo, Sypher?
Passei mais alguns minutos
devaneando até voltar para cama e tentar dormir.
PARTE
5:
"Uwaaaaa..."
Eram 4 horas da manhã, pode parecer
cedo mas preferi acordar antes do sol voltar porque se eu estiver correto, os
anjos só descem quando o sol nasce. Como eu descobri? Bem simples para falar a
verdade. Se levarmos em consideração o fato de os anjos sumirem a noite,
podemos então, deduzir que eles só exercem sua função a noite.
Por isso, precisamos aproveitar o
máximo das nossas noites, pois elas são nossas aliadas a partir de hoje.
"Ei, Rydia, hora de
levantar."
"Ah, só mais cinco minutos
vai..."
"Eu quero que você levante, se
vista e comece a procurar algumas roupas e medicamentos. Lembre-se, eu disse
alguns, então não exagera."
Parecia que eu estava falando com
uma parede, mas a diferença é que ela era muito mais bonita que uma parede.
"Vamos logo, Rydia, os anjos
podem estar chegando!"
Quando falei isso, Rydia não pensou
duas vezes e deu um salto para fora da cama.
"Hahahaha!!"
[POW]
"Auu!!"
"Isso não tem graça, Sy!"
"Teve sim! Eu tô rindo muito
aqui!"
[POW]
"Tá bom, eu paro! Mas você tem
que admitir, foi engraçado."
"É... me pegou
direitinho."
Após rirmos bastante, Rydia foi
vasculhar a casa na procura de medicamentos e roupas, enquanto eu fui fazer um
café da manhã e reunir alguns mantimentos para a viagem.
Alguns minutos depois.
"Hora do café! Vem logo porque
o sol daqui a pouco nasce!"
Acabei de fazer panquecas, e sem
querer me gabar, minhas panquecas são quase melhores que as da minha... mãe. O
que será que aconteceu com ela? Anne disse que a matou, mas não sei se é
verdade. Rydia também não sabe de nada, ela me disse que quando entrou em casa
no momento em que mandei, minha mãe já havia desaparecido. Como se já não
bastasse todos os mistérios já existentes, mais um aparece diante de mim.
"Sy, achei essas coisas."
Duas mochilas. Eram duas mochilas
cheias de roupas e medicamentos, ótimo!
"Muito bom, Rydia. Agora
coloque as mochilas aí no canto e vem comer as 'Super Panquecas do
Sypher'!"
Cara, isso foi muito ridículo, na
moral... mesmo assim Rydia começou a rir enquanto se sentava na cadeira.
"Vamos ver se estão deliciosas
mesmo."
Antes de colocar um pedaço de
panqueca na boca, ela para, olha para mim, sorri, e então come a panqueca. O
que foi isso? Não sei, mas só de vê-la sorrir, meu coração fica em paz.
"Humnmm!! Estão incríveis, Sy!
Parabéns!"
"É claro que estão incríveis,
fiz com muito amor!"
Disse isso enquanto fazia uma pose
de vitória.
Após ela experimentar a panqueca,
resolvo sentar do seu lado para comer também.
Depois do café...
"Certo, hora de sair!"
O sol ainda não tinha nascido, mas
decidi sair um pouco antes para evitar contato até chegarmos na casa do Vitrus.
"Rydia! Vamos logo!!"
"Já tô indo."
Quando olho para dentro da casa,
vejo ela descendo a escada. Usando um vestido negro, uma sapatilha também da
cor preta, e segurando a minha katana do eShore, Rydia aparece.
"E aí, que tal?"
O que? Ela não pode ter perguntado
isso!
"Hã... bem... você tá linda,
mas não acha que usar um vestido possa atrapalhar?"
"Não vai não, eu sei de todos
os contras e prós do vestido."
"Tá, e quais são os prós?
Porque eu só conheço os contras."
"Os prós são: Primeiro pró,
esse vestido é lindo. Segundo, eu fico linda nele. E terceiro..."
Eu não acredito que os dois
primeiros prós são apenas por aparência. Apesar de que ela fica muito bem nesse
vestido mesmo. Agora deixa eu me preparar para o terceiro.
"..."
[...]
"Acho que não tem um terceiro
pró, Sy."
[...]
Eu não acredito que eu acabei de
ouvir isso... sério, eu não acredito mesmo.
De qualquer forma, isso não é hora
de me preocupar com roupas. Tenho que ir até a casa do Vitrus.
"Tá, vamos deixar a história do
vestido de lado e vamos embora daqui."
"Sim."
Após confirmar que estava tudo ok,
fomos em direção a casa do Vitrus antes de amanhecer.
Durante a caminhada.
O silêncio predominava desde o
momento em que saímos. Não culpo nem a mim nem a Rydia, tendo em vista o que
aconteceu ontem, acredito que seja normal ficarmos sem saber o que falar por um
tempo. De vez em quando nossos olhares se cruzavam, e isso aumentava ainda mais
nossa indecisão sobre o que falar.
De repente, Rydiia quebra o
silêncio.
"Hmm... Sy. Eu não sei como
dizer mas sobre ontem... obrigada."
Hã? O que ela quer dizer com isso?
"O que você quer dizer com
isso?"
"Só quero que você saiba que eu
te agradeço por tudo que você fez ontem. Sabe, o jantar, a declaração, e todo o
resto..."
Bom, Nunca imaginei que ela ia falar
disso agora. Então permaneci calado. Andamos mais alguns quarteirões até enfim,
chegarmos na casa de Vitrus.
"Finalmente chegamos, e o
melhor de tudo, antes do sol nascer. Perfeito!"
Isso é ótimo, de verdade. Quanto
antes nos reunirmos melhor.
*Toc toc*
"Ei Vitrus! Abre a porta
mano!"
Ué, será que ele já saiu daqui?
Merda, eu devia ter previsto que ele iria para outro lugar.
"Sy, esse bairro... parece que
os anjos não vieram aqui ainda. Olha só, tá tudo arrumado, não há nada
quebrado. A única coisa que vale notar é o fato de as casas estarem
vazias."
Realmente... isso tá muito estranho!
Estranho demais!!
"Rydia, abra a porta por
favor."
Com a katana embainhada, Rydia
desferiu dois golpes, o número suficiente para destruir a fechadura e abrir a
porta.
"Prontinho."
Logo após a porta ser aberta, pude
ouvir um barulho vindo de dentro da casa do Vitrus, e em seguida, um berro bem
familiar.
"QUEM FOI O MERDA QUE QUEBROU A
MINHA PORTA?!"
E lá vem um maníaco com um taco de
baseball na mão, também conhecido como Vitrus.
"Calma! Sou eu, Syph-"
Antes que eu pudesse terminar, o
taco já estava em direção a minha cabeça. Porém, algo inusitado aconteceu.
Rydia, com um rápido movimento,
bloqueou o golpe do Vitrus utilizando a katana. O que me admira não é seu
reflexo, mas sim a sua força, afinal ela bloqueou um golpe de um cara
gigante...
"Sypher? Uau! É tu mesmo,
cara!"
E em menos de trinta segundos,
Vitrus muda completamente seu comportamento. Porra, eu nunca vou entender esse
cara!
"E olha só! É a Rydia também?!
Desde quando voltasse da Romênia?"
Rydia e eu ficamos perplexos com a
situação. Primeiro pelo fato de que ele parece nem saber sobre o que está
acontecendo, e segundo... bem nem sei direito...
"É pois é, a Rydia! Uhul...
Fala sério, Vitrus. Você ao menos vê televisão?"
Vitrus responde a minha pergunta
enquanto aponta para si mesmo.
"Televisão? Não tenho tempo,
cara. Cê sabe que eu fico treinando feito louco. Sabe, meus golpes estão
ficando cada vez melhores."
Não pode ser... é impossível...
"Vo-você não notou nada de
estranho ontem?" -- Perguntou Rydia, totalmente confusa.
"Bom, eu vi que tava tendo uma
tempestade ali pelo centro, e também achei estranho aquele buraco ali no céu...
mas aí eu pensei, 'ah deve ser só algum desses fenômenos naturais'."
[...]
Rydia e eu nos olhamos, tentando
descobrir quem de nós iria lidar com a situação. Acho melhor eu cuidar disso,
afinal Vitrus é um velho amigo.
"Bem, Vitrus... é tipo, uma
longa e demorada história, além disso, só temos mais uma hora. Então eu
apreciaria se você arrumasse suas coisas e viesse com a gente."
Até que me saí bem, não acha?
"O quê? Arrumar as coisas e
sair com vocês?!"
Droga, acho que ela não gostou da
ideia.
"Cara, se não qui-"
"Como assim não querer? É claro
que eu quero, irmão! Quanto tempo a gente não viaja?"
Bem, eu não esperava por esta
resposta, mas acho que no fundo, eu sabia que ele iria aceitar.
Rydia continuava confusa, olhando
para o chão. De repente, de dentro da casa sai uma garota.
"Ora, ora. Olha só quem
apareceu por aqui?"
Era a garota dos cabelos negros, e
olhos verdes. Seu nome era Antoniette,ela é a irmã mais nova do Vitrus.
Lembro que depois daquele incidente
no primeiro dia de faculdade, Antoniette foi transferida para uma faculdade em
Paris pelo seus pais. Ou seja, já fazem alguns anos que não nos vemos.
Com um olhar malicioso, Antoniette
dizia.
"Já fazem alguns anos, não é?
Como vocês estão? Fufu, parecem ótimos."
"Estamos bem, obrigada."
-- Disse Rydia enquanto encarava Antoniette.
"Bom, sem querer interromper,
mas já interrompendo, para onde a gente vai, Sypher?"
Vitrus fez uma ótima pergunta...
para onde vamos depois de reunirmos tudo que precisamos? Eu não havia pensado
nisso ainda.
Entretanto, havia alguém entre nós
que sabia onde deviamos ir. Antoniette levantou a mão, e logo em seguida disse.
"Que tal irmos para
Jerusalém?"
[...]
Vitrus olhou para ela, e começou a
reclamar.
"Por que diabos iríamos para
Jerusalém?! Não é lá que Jesus nasceu, morreu, sei lá? Deve ser chato pra caralho!"
Quando Antoniette sugeriu irmos para
Jerusalém, finalmente percebi que ela já estava ciente de toda situação. Odeio
admitir, mas a ideia é ótima. Nada melhor do que procurar algo em suas origens.
"Certo, está decidido! Vamos
para Jerusalém! Agora andem, vão arrumar suas coisas, vão, vão! Só temos até o
sol nascer!"
Vitrus ficou indignado com a
decisão, porém a respeitou. Logo após a decisão, ambos -- Antoniettte e Vitrus
-- foram arrumar todaa as suas coisas.
Alguns minutos depois.
"Beleza! Tô preparado,
Jerusalém!!"
Para quem estava bravo até alguns
minutos atrás, você está bem animadinho hein, Vitrus? Enquanto esperávamos
Antoniette, Rydia veio até mim e perguntou.
"Você acha que é uma boa ideia
a gente levar a irmã do Vitrus? Tipo, eu não confio muito nela."
"A gente precisa levá-la, se
não a levarmos, Vitrus não irá também, você sabe que os dois são como unha e
carne. Fica tranquila, é só a gente se manter juntos que ela não terá chance de
fazer nada."
Rydia ainda parecia meio perturbada,
porém manteve sua postura.
"Estou pronta."
Quando ouvi essas palavras, olhei em
direção a voz, e quem estava diante da porta era Antoniette, vestida com um
shorts curto, uma blusa de ombro caído, e um tênis. Vale ressaltar que ela
estava portando uma arma...
Pera aí? Uma arma?!
"E aí, prontos para a
diversão?"
E foi assim que começamos o nosso
segundo dia no apocalipse.
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